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Aluna foi obrigada a chupar testículos e pênis de boi em trote

O caso ocorreu na sexta-feira passada. De acordo com depoimento da estudante ao Ministério Público, ela estava na segunda semana de aula no 1º semestre quando resolveu participar do trote por pressão dos colegas veteranos, “porque, se não participasse, seria pior”. Ela disse que participaria, mas avisou que era “alérgica a tudo”.
Mãe mata o filho afogado por ele ter pênis pequeno

Durante a brincadeira, a estudante – que prefere não ter sua identidade revelada – e outros colegas calouros foram colocados para andar de “elefantinho” (de mãos dadas uns com os outros e com as mãos passando por debaixo das pernas) e depois tiveram de chupar testículos e pênis de boi. Aplicavam o trote alunos do 3º e 4º semestres de agronomia.

A estudante desconfia que o pênis do boi estivesse melado com sêmen humano, pois estava com gosto salgado. E teriam dito a ela que aquele “pênis” ainda “nem é o de verdade”. Para finalizar a brincadeira, segundo ela, os veteranos botaram um líquido em um copo que seria mistura de “mata bicheira” – produto usado em bovinos – e urina de animal e deram para eles bochecharem.
Após o bochecho, a estudante começou a ter reações alérgicas e chegou a desmaiar, tendo sido levada para a enfermaria da universidade, onde teria recebido apenas café e biscoito, que ela nem conseguiu engolir porque começou a sair sangue da sua língua. Mesmo nessa situação, ela ainda saiu da universidade e foi para Brumado, sua cidade natal.

A estudante está sendo acompanhada pela Comissão de Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil. Para a advogada Michelly Leão, pode ter ocorrido no caso “lesão corporal, estupro por ato diverso de conjunção carnal e tentativa de homicídio doloso, por dolo eventual, porque sabiam que ela tinha alergia e a colocaram para bochechar com mata bicheira”.

Ainda segundo a advogada, a Uesb pode responder por “omissão de socorro, pois eles não souberam lidar com a situação”. Procurada, a assessoria de comunicação da universidade informou que não poderia se pronunciar porque o reitor está em viagem.

A universidade, porém, reconheceu que o trote ocorreu e que o caso está sendo analisado internamente. A enfermeira Maria da Paixão, que atendeu a estudante, e o presidente do Centro Acadêmico de Agronomia, Ednaldo Dantas, do 7º semestre do curso, disseram que não iam dar declarações.

A delegada responsável pelo caso, Tânia Silveira Santana Santos, disse que aguarda apenas a chegada do ofício do Ministério Público para abrir as investigações. O documento não foi enviado na segunda por causa da paralisação de 24h dos policiais civis da Bahia.

A promotora Carla Medeiros, que ouviu o depoimento da estudante, qualificou o trote como “muito violento, podendo configurar lesão corporal”. Estudantes do curso também não quiseram falar sobre o assunto. Depois do caso, o clima entre eles é de muita apreensão.

Desde setembro de 2008 os trotes são proibidos na Uesb. Seguranças da universidade disseram, porém, que foi dado ordem a eles para que não se envolvam nas brincadeiras dos alunos.